16 setembro 2010

O AMOR

O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina.
É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não se entibia nem se enfra­quece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Quando aparente - de caráter sensualista, que bus­ca apenas o prazer imediato - se debilita e se envene­na, ou se entorpece, dando lugar à frustração.
Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, sem altibaixos emocionais. Une as pes­soas, porque reúne as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de ener­gias e de formação angustiante.
O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo, o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.

15 setembro 2010

CARIDADE

 Evidentemente, não podes garantir a felicidade do mundo que se encontra, de maneira constante, sob o impacto das lutas evolutivas que lhe orientam a marcha, no entanto, ninguém está impedido de cultivar o trato de terra em que vive, amparando uma árvore amiga ou alentando uma flor. Não podes curar as chamadas chagas sociais, indesejáveis mas compreensíveis numa coletividade de espíritos imperfeitos quais somos ainda todos nós, em regime de correção e aperfeiçoamento, contudo, ninguém está impossibilitado de proceder honestamente e apoiar os semelhantes com a força moral do bom exemplo. Sem dúvida, não podes socorrer a todos os enfermos que choram na Terra, entretanto, ninguém está proibido de atenuar a provação de um amigo ou de um vizinho, propiciando-lhe a certeza de que o amor não desapareceu dos caminhos humanos.
Indiscutivelmente, não podes sanar as dificuldades totais da família em que nasceste, todavia, ninguém está interditado, no sentido de ajudar a um parente menos feliz ou cooperar na tranquilidade que se deve manter em casa.
Não te afaste da cultura do bem, sob o pretexto de nada conseguires realizar contra o domínio das atribulações que lavram no Planeta.
O Senhor nunca nos solicitou o impossível e nem nunca exigiu da criatura falível espetáculos de grandeza compulsória.
Conquanto existam numerosos desertos, a fonte pequenina corre confiante, fecundando a gleba em que transita.
Não nos é facultado corrigir todos os erros e extinguir todas as aflições que campeiam nas trilhas da existência, mas todos podemos atravessar o cotidiano, melhorando a vida e dignificando-a, em nós e em torno de nós.

13 setembro 2010

AFIRMAÇÃO

"Lançai para diante o olhar; quanto mais vos elevardes pelo pensamento, acima da vida material, tanto menos vos magoarão as coisas da Terra." 
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO Capítulo 12º - Ítem 8.
Afirma tua convicção seguindo de passo firme.
Enquanto o céu se cobre de raios irisados e tudo sorri o cristão pouco difere do homem comum.
No entanto, quando os dias escurecem, cobrindo-se de cúmulos carregados, faz-se necessário afirmar a fé.
Palavra fácil nos júbilos não pode ficar silenciosa e sem vida nas aflições.
Confiança nos dias de felicidade não deve permanecer apagada ante os perigos do testemunho.
Crença libertadora em oásis perfumados não desaparece nas longas travessias dos areais.
Lembra-te de Jesus.
O Enviado Divino exaltou a humildade e não revidou a bofetada violenta; engrandeceu a pureza e fez da própria vida um lírio imaculado; abençou a pobreza e desdenhou os tesouros do mundo; homenageou os simples e fez-se ignorar pelos poderosos; exaltou os perseguidos injustamente e deixou-se crucificar em silêncio; alentou os desanimados e os concitou ao resgate necessário; considerou os deserdados e caminhou sem posse alguma; valorizou a dor e ofereceu-se a morrer por todos...
Em Caná, ofereceu a todos a alegria festiva, e, no Gólgota, testificou confiança robusta. No matrimônio dos jovens rogou ao Pai Celeste que transformasse a água em vinho, enquanto na Cruz sorveu o vinagre e o fél como água pura...
Pregando o Reino de Deus alçou o coração à condição de santuário excelso, mas fez do caráter nobre a base da Lei, através do dever reto nas linhas do amor e da caridade, acima de todos os outros requisitos.
Afirma a fé que te honra os dias, quando tudo parecer distante ou tenebroso. Encontrando-te no campo a cultivar, mesmo que ele esteja eivado de plantas daninhas, labora de coração forte e mente esclarecida como quem ali encontra a oportunidade mantenedora do próprio equilíbrio, através da afirmação espontânea da tua fé n’Aquele que é a Fonte da Vida incessante.

 Divaldo Pereira Franco. Da obra: Espírito e Vida. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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