18 junho 2009

Você sabe o que é dismorfia?

Achei muito interessante este artigo e resolvi colocar aqui para que mais pessoas tenham acesso a estas informações. Embora muitas pessoas não consigam enxergar, a saúde está acima de um corpo esguio.

Por Lourdes Brunini - Psicologia

Muito se fala sobre anorexia (transtorno alimentar caracterizado por uma rígida e insuficiente dieta alimentar) e também sobre bulimia (apetite insaciável, com vômito auto-induzido após as refeições). Porém, um novo transtorno relacionado a auto-imagem está sendo bastante comentado: a dismorfia.

Mais comum do que se imagina, a dismorfia é caracterizada por uma insatisfação com a imagem corporal. Por não corresponder aos padrões de beleza impostos muitas pessoas desenvolvem esse transtorno. Estar um pouco acima do peso, ter pernas mais grossas e contornos mais volumosos acabam gerando "complexos exagerados" induzindo a pessoa a seguir a "ditadura da beleza" sacrificando sua própria saúde. Quem apresenta esse transtorno transforma uma simples característica, como uma pintura, em um

"defeito imaginário" e imaginável. A pessoa insatisfeita com sua imagem corporal, que entende como não correspondentes aos padrões exigidos pela sociedade e dá início a prejuízos sociais, ocupacionais e psíquicos. Uma pessoa com dismorfia sente-se insegura com o próprio corpo a ponto de isolar-se e cair em depressão, e o pior é que, na maioria das vezes, o "defeito", quando

existente, é quase imperceptível, porém é enxergado pela pessoa como algo gigantesco e negativo.

A dismorfia é uma doença séria e quando está em seu estágio crônico tem como principais sintomas o mau humor, insatisfação constante, dificuldade em desempenhar tarefas, dificuldade de relacionamento, falta de iniciativa, prejuízo na capacidade criativa, inibição, timidez entre outras sensações que fazem com que a pessoa se isole cada vez mais e permaneça em um estágio melancólico. Em último grau, a dismorfia pode levar ao suicídio ou psicose.

O transtorno dismórfico pode ser identificado e tratado logo em seu início e a família tem papel fundamental. Ao perceber que a pessoa está apática, melancólica e comentando muito sobre a insatisfação com suas características físicas, os familiares e amigos devem imediatamente começar a desviar esse tipo de comentário, e o ideal que é apontar os aspectos positivos dessa pessoa, como a capacidade intelectual, habilidades, o afeto, e seus atrativos físicos que realmente existem. O importante é mostrar que somos um todo e não apenas uma forma física que só atrai se for perfeita.

Caso os prejuízos trazidos pela dismorfia estejam gerando desconforto, desprazer e muitas vezes depressão, é necessária a ajuda de um profissional de psicologia ou psiquiatria, dependendo do estágio do transtorno. O que acontece é que, algumas vezes, mesmo após ressaltar valores positivos, a família não obtém resultado, mas prefere continuar tentando. Neste momento, é imprescindível procurar ajuda de um profissional.

Dentre os tratamentos para dismorfia, a terapia focal com objetos facilitadores como argila, massa de biscuit, aquarela, desenhos, espelho e outros, tem bons resultados. O trabalho não é desvalorizar os sentimentos do paciente, mais compreendê-lo e ampliar sua consciência. A psicoterapia pode ser individual ou grupal, mas sua indicação irá depender de sua história envolvendo o transtorno.

Apesar de ser um problema comum e sério, o transtorno dismórfico pode ser evitado, para isso é importante lembrar que um corpo "perfeito" é um corpo, acima de tudo, saudável.


 

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