Quando
se fazem referências à fé há os que afirmam que a fé é uma coisa doentia,
covarde. Própria dos fracos e oprimidos, que necessitam dela para poderem
sobreviver.
Ou
então, que fé é a recompensa imerecida pelo que você ainda não fez.
Examinando
a história de todos os tempos, verificamos que é exatamente o oposto.
Somente
homens de extremada fé foram capazes de realizações que assombraram os seus
iguais.
Graças
à fé, os primitivos cristãos enfrentaram as dores dos mais horrendos suplícios
e a morte, entre cânticos e preces, motivo mesmo que arrastava outros tantos a
buscarem aqueles ensinos do Carpinteiro, que assim movimentava homens e
mulheres na direção dos Céus.
Movido
pela fé e seu acendrado amor ao semelhante, Frei Damião de Vesteur buscou a ilha
abandonada de Molokai, tornando-se um igual entre hansenianos, à época caçados
como animais e simplesmente jogados naquele local.
Mais
do que lhes ser o enfermeiro dos corpos, ele lhes foi o médico das almas.
Encontrou um rico havaiano que todos diziam haver desaparecido, ali, infectado.
A
amargura o tomara por inteiro e ele acariciava, de forma constante, um
revólver, afirmando que um dia, quando não mais suportasse o rol das dores, ele
haveria de buscar a morte por suas próprias mãos.
Damião
lhe falou com tamanha fé dos objetivos da vida e da dor, da vida que não perece
para além da tumba que, um dia, recebeu de presente, envolvido em embrulho
improvisado, a arma daquele homem.
O
bilhete que acompanhava o instrumento, laconicamente afirmava: Estou
morrendo e morro com dignidade. Não necessito mais dele. Você me convenceu.
Nos
relatos evangélicos, é o próprio Jesus que, mais de uma vez, em Se referindo às
curas operadas por Ele, afirmava aos curados: Tua fé te salvou.
A
fé é chama Divina que aquece o Espírito e lhe dá forças para tudo superar:
mágoas, decepções, revoltas, traições e até mesmo a morte.
Para
a aquisição do equilíbrio, é imprescindível a fé, para que o homem sobreviva ao
clima de desespero que irrompe de todo lado, ante as problemáticas sempre mais
afligentes que invadem a Humanidade.
O
homem não pode prescindir da valiosa contribuição da fé.
Alberto
Santos Dumont, ao verificar a aplicação do seu invento na guerra, amargurou-se
e buscou a morte pelo suicídio.
Alfredo
Nobel em descobrindo que a dinamite fora usada para extermínio de povos, entrou
em profunda tristeza e assim ficou até a sua desencarnação.
Se
eles tivessem fé, poderiam ter aguardado e verificado no tempo, com a marcha do
progresso, os benefícios dos seus inventos colocados a bem da Humanidade.
Alimentar
a fé é um dever do homem, dever que não deve ser deixado para mais tarde, pois
a fé é necessária para sustentar a própria paz.
A
fé é virtude espontânea e conquista intelectual.
Sua
função é fornecer forças para solucionar problemas, não afastar o seu portador
dos testemunhos necessários para a sua evolução.
A
fé é, em suma, um tesouro de inapreciável valor que caracteriza os homens
nobres, no serviço da Humanidade.
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