De todos os
institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto
de vista dos alicerces morais que regem a vida.
É pela conjunção
sexual entre o homem e a mulher que a Humanidade se perpetua no Planeta; em
virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobrevivência
humana, quanto à forma física, na face do orbe.
Fácil entender que
é assim justamente que nós, os Espíritos eternos, atendendo aos impositivos do
progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais,
ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do
corpo carnal, as lições profundas do amor - do amor que nos soerguerá, um dia,
em definitivo, da Terra para os Céus.
Com semelhantes
notas, objetivamos tão-só destacar a expressão calamitosa do aborto criminoso,
praticado exclusivamente pela fuga ao dever.
Habitualmente -
nunca sempre - somos nós mesmos quem planifica a formação da família, antes do
renascimento terrestre [...].
[...] Se, porém,
quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa
companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever
as reações negativas e então, muitas dos associados de nossos erros de outras
épocas, ontem convertidos, no plano espiritual, em amigos potenciais, à custa
das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje [...] inimigos
recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e
azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem
conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas,
impondo-nos trabalho e inquietação.
Admitimos seja
suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos
nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das
obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de
hospitais e prisões.
Francisco Cândido
Xavier. Vida e Sexo. Pelo Espírito Emmanuel. FEB.
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